Luxo cresce com boa perspectiva no Recife

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postado em 16 de Agosto de 2016 13h59

Parece um mundo à parte: enquanto diversos setores da economia contabilizam prejuízos, demissões em massa e falta de perspectivas para lucrar daqui a bom tempo, um mercado específico passa por cima da crise e investe em seu público consumidor. Trata-se do mercado de luxo, que tem movimentado bilhões anualmente no País e cresceu mais d 245% entre 2006 e 2013, de acordo com pesquisa da MCR Consultoria. Roupas de grife, carros conversíveis e até colchão nos moldes do que dorme a rainha da Inglaterra são alguns dos itens que mostra que os consumidores presam pelo conforto, ostentação e ótimo acabamento.

No Recife, diversos empresários estão apostando, e alto, nesse segmento consumido pelas classes AA. No final do mês de junho, a capital pernambucana inaugurou sua primeira loja de revenda da Porsche. Interessados nos luxuosos carros da marca devem escolher entre veículos de R$ 335 mil a R$ 1,3 milhão.

DORMIR (MUITO) BEM – Para quem gosta de dormir mais que confortavelmente, o segmento de luxo dispõe de itens que fazem seus clientes descansarem, literalmente, na cama de uma rainha. A loja Tudo para Dormir Bem, inaugurada semana passada no Recife, aposta nos colchões caríssimos. Um deles é o da Stearns & Foster, marca americana que fabrica colchões artesanalmente.

 

Luiz Carlos Pereira, dono da loja Tudo Dormir Bem, acredita que classes altas não deixaram de consumir

"A pessoa que faz o colchão assina o nome dela na etiqueta", afirma o empresário Luiz Carlos Pereira, que garante que o modelo vendido na loja é muito similar ao que a rainha da Inglaterra Elizabeth II dorme. O colchão possui seis camadas, sendo três de viscoelástico (espuma usada pela Nasa) em gel e mais três de látex em gel. Há uma cobertura de cashmere, que adequa a temperatura do colchão conforme a do ambiente, e o tecido que o cobre é de lã com seda. Quem deseja ter um "sono real" precisa desembolsar o valor de R$ 35 mil. 

O empresário Luiz Carlos Pereira conta que o projeto de abrir uma loja de colchões de luxo era antigo, mas a sua prioridade com trabalhos na área da construção civil adiou os planos. “Até um ano atrás, eu não tinha tempo de me dedicar a um novo investimento. Agora que a o ramo da construção deu uma parada, tenho mais tempo disponível para me dedicar à loja”, explica o empreendedor, que entre estrutura física, showroom e estoque, investiu cerca de R$ 1 milhão. 

Ele acredita que o público das classes mais altas não foi tão afetado pela crise como a classe média brasileira foi. “Pelo nosso conhecimento, quem tem condições e dinheiro não deixou de comprar. Pode até ter reduzido o consumo, mas não deixou de consumir. Eles ainda prezam pela qualidade”, avalia o empresário.