postado em 16 de Novembro de 2015 16h06
O mercado de colchões de linha alta se destaca pelo design e pela qualidade dos materiais utilizados na fabricação, desde a espuma até o tecido. E o que antes era considerado luxo em alguns produtos, hoje é pré-requisito para consumidores exigentes, que valorizam e priorizam qualidade de vida e conforto em seu dia a dia. Patricia Cotti, coordenadora acadêmica da Academia de Varejo, com sede em São Paulo (SP), acredita que quando se fala em móveis e colchões, design e funcionalidade passam a ser itens de grande importância. “Desde o grande fenômeno da Apple, que popularizou o design, viu-se no mercado, em todos os itens e produtos, uma percepção e valorização do consumidor a estes atributos”, afirma.
Segundo Patrícia, a casa de uma pessoa é a extensão de seu jeito de ser. Do mesmo modo que, antes, a moda pura e simplesmente demonstrava a maneira de ser de um individuo, hoje, seus produtos de casa também demonstram quem ele realmente é. “Esta é uma mudança importante e que tem impactado bastante o mercado. Não é a toa que, mesmo lojas e empresas conhecidas pela sua popularidade e design massificado, estejam apostando agora em projetos de móveis planejados”, ressalta a especialista, certamente lembrando da Via Varejo. Com as mudanças de comportamento para um lifestyle moderno, os indivíduos passam a se expressar por meio de suas compras e produtos.
Patricia conta que o desenho deixou de ser um item de luxo e começou a ser uma demonstração da personalidade do próprio indivíduo, que evidencia seu “status” (ou seu desejo de tê-lo), por meio dos produtos relacionados à sua casa. Para ela, outro fator que contribui para este cenário é também a mudança no comportamento e a composição das famílias. “Com novos arranjos familiares, as “linhas altas” começam a ter maior valorização”, completa.
O novo consumidor de colchão
Por muito tempo se constatou que a troca de um colchão em uma residência, demorava mais de 10 anos. Observando os novos hábitos dos consumidores e as novas tecnologias envolvidas na fabricação, Patricia acredita que a tendência é que esse tempo seja reduzido. “Não se pode esquecer, entretanto, que um colchão nunca será visto como um item de rápida reposição, devendo o ciclo se manter longo, ainda próximo dos sete ou oito anos. Cabe às empresas trabalharem os valores de benefícios e tecnologias de maneira que estes sejam realmente percebidos pelo consumidor, que passa a entender a necessidade da troca antes mesmo da perda completa do produto”. Para a especialista, na cabeça de muitos brasileiros, este item ainda é visto como “segunda necessidade” ou “reposição do que não serve mais”, o que dificulta o ciclo e fluxo.
Colchões com valor agregado cada vez maior são tendência para os próximos anos. De acordo com Patricia, os indivíduos tendem a mostrar sua personalidade por meio de suas aquisições, seja no setor de moda, de casa e até mesmo alimentar. “Em um mundo de isolamentos, causados pela tecnologia e pelas redes sociais, o compartilhamento e a necessidade de autoafirmação e de identificação imediata de personalidade, regem as relações de consumo e os bens que são consumidos”, finaliza.
Indústria em sintonia
Um exemplo de empresa que busca atender todas as necessidades do novo consumidor é a Americanflex, de São José do Rio Preto (SP). Segundo José Roberto Hackme Alvarez, diretor executivo do grupo, o ponto de partida para a marca é fabricar produtos com qualidade para diferentes públicos. “Mesmo os colchões mais simples, levam tecnologia suficiente para uma boa performance. E falando de linha alta, temos especialidades e tecnologias que vão além do mínimo de qualidade exigidos pelos órgãos e institutos de certificação”, conta o diretor.
A Americanflex adaptou-se ao novo consumidor, acompanhando seu estilo de vida, bem como as características arquitetônicas e as tendências de decoração das residências. Assim, pôde incorporar novos conceitos a cada produto desenvolvido. “Todo ano uma nova coleção de produtos é apresentada aos clientes. Assim, os colchões deixam de ser coadjuvantes para se tornar as atrações principais dos quartos, com bordados exclusivos, cores inovadoras, texturas e diferentes personalidades”, explica José Roberto. Para o empresário, a certificação compulsória do Inmetro também contribui para a valorização de produtos mais elaborados, com diferenciais em tecidos, espumas, molejos, etc.
“O ano está desafiador. Pensamos que em um cenário tão diferente, não podemos fazer o mesmo que estávamos praticando nos últimos anos. Nesse momento, juntamos a experiência com inovação para buscar caminhos e seguir em frente. Temos resultados ruins em alguns negócios e ótimos em outros”, pondera o diretor, que adianta o nascimento de novos negócios na empresa, o que será fundamental para o crescimento em 2016.
José Roberto conta que o verdadeiro diferencial do negócio está nas pessoas que trabalham no grupo. “Vamos continuar investindo, principalmente em formação e desenvolvimento dos nossos profissionais”. O executivo finaliza lembrando que “a Americanflex se preocupa com a saúde do corpo, da mente e do sono, por isso produz colchões que proporcionam conforto ideal e boas noites de sono.”