Anuário de colchões 2022
157 Anuário de Colchões Brasil 2022 O ano de 2020 se encerrou com o TDI acumulan- do um aumento de 80% e o Poliol na sequência com 40%. Além disso, os molejos também esta- vam com os preços nas alturas, somando 35% de aumento. E o TNT, que seguia em alta demanda, já acumulava 130% de aumento. Depois de meses tão conturbados, a esperança dos empresários colchoeiros era que 2021 re- configurasse esse cenário e trouxesse números positivos para suas empresas. No entanto, não foi o que aconteceu. O ano começou com uma notícia parcialmente boa: o preço do TDI na China havia recuado 24% entre setembro de 2020 e janeiro de 2021. No entanto, os preços do frete internacional mais que quintuplicaram. Soma-se a essa dramática situa- ção o aumento do dólar e o custo do Poliol que também se encontrava muito acima da média. Em fevereiro, o aumento da vez foi o do fio de aço, registrando uma alta de 40%, que resultou num reajuste de 25% em todos os molejos. Além disso, no caso das molas ensacadas, o aumento de mais 25% no preço do TNT, que aconteceu no mesmo mês, adicionou um custo mais significativo desta maté- ria-prima, impactando em cerca de 8%nas molas ensacadas, perfazendo um total de 34%de alta. E como se não bastasse os reflexos da pandemia no mercado, fevereiro ainda foi palco para uma tempestade de inverno que atingiu a costa do gol- fo, nos Estados Unidos. Esse evento pegou todos de surpresa e muitas usinas tiveram interrompi- do o fornecimento de energia elétrica enquanto ainda estavam funcionando. Linhas de produção nas plantas congelaram. Suprimentos de energia, vapor, nitrogênio e hidrogênio foram perdidos. E o Brasil, que depende 100% de importação de TDI, sofreu diretamente esse impacto. DEPENDÊNCIA DO IMPORTADO “O grande problema do Brasil, assim como di- versos outros países, é depender 100% da im- portação do TDI. Porque assim ficamos reféns das intempéries internacio- nais. Isso deixa a gente muito comprometido”, comenta Tiago Temponi, presidente da Associação das Indústrias de Espumas e Colchões de Minas Gerais (Asinec-MG). E para agravar ainda mais a situação, Temponi acredita que não há nenhu- ma expectativa do TDI começar a ser produzido no Brasil nos próximos cinco ou até 10 anos. Vale lembrar que a Dow fechou a fábrica na Bahia em 2012. E, por falar em TDI, mar- ço começou com o preço dessa matéria-prima su- bindo novamente na Chi- na. O valor de mercado dessa commodity foi de 18.250 RMB/tonelada, no final de fevereiro, em comparação com 12.533 RMB/tonelada no final de janeiro, um aumento de 50,6% no período e de 64,9% na comparação com fevereiro de 2019. “Esse é um fenômeno incomum em época de mercado desaquecido. Além disso, a dificuldade de acesso a esses insu- mos, pelos preços em geral bem altos, foi maior do que a escassez desses materiais em 2021”, explica Rogério Coelho, presidente da Abicol. Em abril, uma boa notícia reacendeu a esperança do setor colchoeiro: a Abicol, autorizada a buscar 2020 acumulou um aumento de 80% no preço do TDI Tiago Temponi, presidente da Asinec Rogério Coelho, presidente da Abicol
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