Anuário de colchões 2022
148 Anuário de Colchões Brasil 2022 escassez e da falta de acesso a algumas matérias- -primas. Isso vem sendo um problema anunciado desde 2019, que se agravou com a pandemia, por isso é preciso pensar em alternativas. No Brasil, por exemplo, pode-se fazer o uso de fibras naturais e procurar outros recursos que sirvam como maté- ria-prima para o colchão”, prossegue Charlene Vaz. Ela também sugere que a regionalidade seja ex- plorada no visual dos colchões, sendo uma forma de conquistar e gerar identificação por parte dos consumidores. “Eu já sugeri para um de nossos clientes o uso de cores e estampas que são fre- quentemente vistas em roupas e acessórios de um determinado país, isso chama a atenção, o consu- midor entende que você está fazendo um produto pensando nele, enfim, ele se reconhece”. A diretora de marketing e design acrescenta que um grande obstáculo pode ser a resistência dos fabricantes brasileiros. “O grande problema é o medo, a resistência à mudança. Em momentos de crise como o que estamos vivendo é preciso usar a criatividade, questionar as coisas, in- ventar, e parar de ficar só copiando as grandes marcas, isso prejudica não só o copiado, mas também quem o copiou”, alerta. TRANSPARÊNCIA É ESSENCIAL Mesmo que os colchões fiquem mais coloridos, a transparência é fundamental. Agora estamos falando do que vai dentro de cada colchão. “O mercado abriu os olhos para as novas exigências do consumidor e o que vem chamando a atenção, principalmente aqui nos EUA, é a transparência das marcas com o consumidor. Os fabricantes estão colocando nas etiquetas tudo o que tem dentro do produto, pois o consumidor quer saber o que está comprando, a qualidade do material – desde as matérias-primas até o acabamento -, além de se interessarem por produtos feitos com materiais sustentáveis”, aponta Charlene Vaz. Levando para o lado dos tecidos, especialidade de Charlene, ela afirma que o consumidor que se preocupa com a questão da sustentabilidade quer ter certeza de que está comprando um colchão que se encaixa nesse aspecto. “Essa sustentabili- dade vai muito além do fio. É preciso que o tecido possua fibras naturais em todas as suas estrutu- ras. Por exemplo, o tecido é composto pelo que nós chamamos de telas, que são duas camadas compostas por materiais que devem ser feitos com fibras naturais para esse tipo de consumidor mais atento”, acrescenta. “Outra tendência é o uso de tecidos com enge- nharias diferentes daquilo que é oferecido no mercado. Nós da Bekaert Deslee já lançamos um tecido que respira 400 vezes mais que os outros, muito usado em camas articuladas e no bed in a box”, finaliza a diretora de marketing e design da Bekaert Deslee. TECNOLOGIA COM ESTILO O glamour das peças assinadas não fica somente nos móveis, agora os colchões também podem ser feitos com tecidos nobres ou design diferenciado para agradar um público que busca algo diferen- ciado. Esse é o caso da Reveev, fabricante cata- rinense de colchões que aposta em linhas com detalhes mais sofisticados. Cama Origem da Reveev Crédito: Marcelo Stammer
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